sexta-feira, 24 de abril de 2009

Isso não é um diário.

Isso me lembra Star Trek. No começo, quando o capitão James. T. Kirk dizia algo assim "Diário de bordo da nave estelar U.S.S. Enterprise. Estamos no quadrante beta, setor horizontal vertical estelar galático sei lá mais o quê..."

Isto não é um diário, não mesmo. Isso aqui é só eu fumando um cigarro, com o notebook a minha frente e sem inspiração pra continuar as crônicas do
Haziel. Isto sou eu escrevendo pra mim mesmo, com que intenção, eu ainda não sei. Talvez eu queira atualizar a minha vida, rever os fatos mais recentes, eu não sei, não sei...

Pra começar, eu não estou bem...

Eu fiquei sabendo que foi uma bela cerimônia, mas disseram que a noiva não parecia tão feliz, ao menos não como deveria para uma ocasião dessas. Dá vontade de rir, pra não chorar, entende? Eu ainda sinto o cheiro dos cabelos dela, o calor do seu corpo, as vezes quando me deito e fecho os olhos eu espero sentir a cabeça dela tocar o meu peito... A última vez que vi
Lynn foi numa noite triste de chuva, eu tinha ido apenas pedir desculpas pelo modo rude que a tratei no hospital depois da overdose que tive. Fizemos amor naquela noite, com cheiro de pecado, com exigência, com fome e saudade...

Ela se casou e se eu escrever mais uma palavra sobre Lynn, juro que pulo da janela...

Dorothy ainda mora no apartamento ao lado do meu. Dorothy de olhos tristes. Minha Dory com quem a vida foi tão cruel. As vezes eu a imagino dançando entre as nuvens, vejo-a feliz, eu queria que ela fosse um personagem de um dos meus livros, assim eu lhe daria um final tão maravilhoso, o mais sublime que minha imaginação conseguisse alcançar... Daqui a pouco eu vou largar o notebook, bater na porta dela com a desculpa de ir tomar apenas um café, mas a verdade é que não consigo mais dormir sem ter certeza de que ela esta bem. Quem cuida de quem aqui, Dorothy? Eu de você, ou você de mim?

Não creio que fui suficientemente grato a
Will. Uma menina apenas, tão amaldiçoada quanto eu, mas que numa noite ousadamente deixou um amigo entrar em sua casa, um amigo que mentiu para ela dizendo que estava ferido por ter sido assaltado, quando na verdade levara uma surra de traficantes a quem ele devia. Tenho a intenção de procurá-la. Dane-se se eu sou um maldito viciado em heroína, um mau exemplo, mas não posso permitir que Will tenha o mesmo destino.

Nunca direi a Mel, mas três dias depois dela ter me contado o motivo de seu desaparecimento quando eramos crianças, eu não consegui me controlar, juro que tentei, lutei desesperadamente contra a idéia de fazer aquilo... Voltei até lá, até o bairro onde eu, Lynn e Mel crescemos juntos. Encontrei o pai de Mel no jardim.

_ Ah, sim, mas é claro. O pequeno Gibreel. Ah, tornou-se um belo rapaz. Creio que esteja procurando pela minha filha, mas infelizmente nunca mais tivemos notícias dela. - o monstro respondeu. Eu não disse mais nada, dei-lhe um soco no queixo que o fez cair sentado no chão.

_ Não se preocupe, eu já tive notícias dela e também dos seus atos monstruosos e desumanos, seu maldito filho da puta! - chutei-o no rosto. Em seguida dei-lhe uma sucessão de chutes intermináveis até meu pé ficar dormente. Ele desmaiou e eu fui embora.

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